Bem vindos à primeira produção do Arcádia Theatro, da Bastidores do Êxito.
A Casa de Bernarda Alba, do grande dramaturgo espanhol, Federico Garcia Lorca, é, talvez uma das maiores tragédias do teatro do século XX e também uma das mais encenadas.
Em A casa de Bernarda Alba, o único texto de teatro escrito em prosa, Lorca recorre ao simbolismo para realizar uma nova investida no teatro. Bernarda Alba, personagem central do texto, é uma matriarca dominadora que mantém as cinco filhas, Angústias, Madalena, Martírio, Amélia e Adela sob vigilância implacável, transformando a casa onde vivem, num pequeno povoado de Espanha, num caldeirão de tensões prestes a explodir a qualquer momento.
Com a morte de seu segundo marido, Bernarda decreta um luto de oito anos e submete as suas filhas à reclusão dentro das frias paredes da sua casa e das janelas fechadas. Duas das filhas, porém, apaixonadas por um mesmo galanteador das redondezas, um rapaz de vinte e cinco anos chamado Pepe Romano, desencadeiam no meio daquele luto uma disputa cruel e perigosa para conquistarem o amor daquele mesmo homem, com consequências trágicas.
A construção central do drama de Lorca – a casa na qual uma família de mulheres solitárias é controlada por uma mãe centralizadora e tirana – teria sido inspirada por uma família da pequena cidade granadina de Valderrubio, onde os pais do poeta tinham uma propriedade rural e conheceram Frasquita Alba, mãe de quatro filhas às quais comandava com mão de ferro e um homem de nome Pepe de la Romilla, que se teria casado com a filha mais velha de Frasquita por causa do dote e, posteriormente, ter-se-á envolvido com a mais jovem das irmãs. Dessa história real, Lorca apropriou-se da ideia de uma casa sem homens para compor o tema central de La Casa de Bernarda Alba.
A Casa de Bernarda Alba, teve sua montagem de estreia apenas em 1945, em Buenos Aires, cidade na qual Lorca passara cinco meses em 1933, e só viria a ser encenada na Espanha no ano de 1964.
Também em Portugal a peça de Federico Garcia Lorca teve várias encenações, interpretadas por grandes nomes do teatro português. Maria Barroso fez o papel de Adela, em 1948, no Teatro Nacional D. Maria II, ao lado de dois “monstros” sagrados de então – Palmira Bastos e Maria Matos. O desempenho da então jovem actriz fez com que o Governo da época proibisse, por motivos políticos, Maria Barroso de representar. Este acontecimento marcou um momento trágico para a carreira brilhante de Maria Barroso.
Em 1980, no Teatro Nacional D. Maria II, “A Casa de Bernarda Alba” foi também representada pela grande Eunice Muñoz.
Esta noite o pano subirá e na sua presença estará um leque de actrizes, que o levará numa viagem intensa pela Andaluzia dos anos 30.
Obrigado pela sua presença!
Viva o Teatro!
Paulo Taful e Hugo Janota
Bastidores do Êxito
Actrizes
Clara Oliveira - Bernarda |
Manuela Passarinho - La Poncia |
Patricia Candoso - Mendiga/Prudencia |
Susana Rodrigues - Mendiga /Prudencia |
Inês Achando - Criada |
Raquel Telles - Josefa |
Sandra d'Andrade - Madalena |
Liliana Leite - Martirio |
Jackie Pereira - Amélia |
Rita Santana - Adela |
Vanda Rodrigues - Angustias |
Lavínia Duarte - Mulher |
Graça Silva - Mulher |
FICHA TÉCNICA
Autor
Federico Garcia Lorca
Encenação, Figurinos e Concepção
do Espectáculo
Paulo Taful
Produção:
Bastidores do Êxito - Associação
Cultural
Hugo Janota
Adereços:
Manuela Passarinho
Nuno Chora
Hugo Janota
Luz:
Jorge Catalino
Som:
Nuno Chora
Guarda Roupa:
Lourdes Graça
Costureira:
Maria Aldina Pereira
Instrumentais:
Sandra d’Andrade
Miguel Bahuto
Imagem Gráfica:
Hugo Janota
Fotografia:
Jackie Pereira
Reservas:
Raquel Telles
Direcção Vocal:
Sandra d’Andrade
Agradecimentos:
C. M. Sintra
Direcção da ASCR de Cabriz
E a todos os que tornaram este
sonho uma realidade.